Por Dan Billsdon, Diretor de Tecnologia, ADVAM Na indústria de pagamentos, há muitos termos mencionados e é importante
que todos os conheçam e entendam. Dois deles é Cartão Presente (Card Present
ou CP) e Cartão Não Presente (Card Not Present ou CNP). Apenas suas
descrições parecem autoexplicativas, mas, frequentemente nesta indústria, há
mais do que aquilo que aparece na superfície. Este blog irá explicar e destacar
as diferenças entre o CP e o CNP, bem como quais são suas respectivas funções
no espaço de pagamento. O Nome Diz Tudo (ou não) As transações com Cartão Presente (CP) são exatamente isso: o
cartão de crédito/débito do cliente está fisicamente presente durante a
transação. Isso inclui, mas não se limita à inserção ou toque do cartão em um
terminal de pagamento. Este é o método de pagamento mais comum. Os pagamentos
com uso do celular estão crescendo em popularidade. Estas transações
automatizadas de CP estão incorporadas, primeiramente, ao Apple Pay e Google
Pay. Nesses casos, a informação em um cartão físico foi validada e
criptografada no dispositivo assegurando que a informação de pagamento pertence
ao titular do cartão. Nota: Isto pressupõe que a transação seja de CP usando Euro, MasterCard ou
Visa (EMV). Uma transação CP regular requer um terminal de pagamento para ler
os dados do cartão. Quando uma transação EMV de CP ocorre, dados dinâmicos são
criados pelo cartão, que então passa pelas redes de pagamento, sendo verificado
pelo emissor se seria um cartão “real” e não um cartão falso com dados
copiados. Como o emissor pode confiar que esta transação está vindo de um cartão
válido e não uma cópia/reprodução, o perfil de risco é reduzido. Isso se traduz
em uma Taxa de Serviço para Comerciante (Merchant Service Fee ou MSF) mais
baixa, desse modo, a transação é mais barata. As transações (CP) também podem
levar esta autenticação para mais longe, incluindo uma validação do
proprietário denominada "Método de Verificação do Portador do Cartão"
(Cardholder Verification Method ou CVM). Há opções diferentes de verificação
para diferentes perfis de risco que guiam MSFs variados. Os diferentes CVMs são: - Sem CVM Acontece quando a verificação não é completada; apesar da aparente
contradição, ainda é classificado como CVM. - Assinatura Quando a assinatura do portador do cartão é visualmente verificada em
relação à que está no verso do cartão PIN Offline O PIN do cliente é
coletado pelo terminal de pagamento e o terminal verifica o PIN usando o chip
integrado. O PIN é seguramente armazenado no cartão do cliente via
criptografia. - PIN Online Primeiramente usado na Austrália, Nova Zelândia e os Estados Unidos, o
PIN Online é o CVM mais seguro. Neste caso, o PIN é verificado pelo emissor do
cartão no lugar do terminal de pagamento. Todos os dados são passados com
segurança para a rede de pagamento para que o emissor valide a transação. - CMV do dispositivo do consumidor Esta versão do CMV é empregada quando um dispositivo móvel é usado como
cartão de pagamento. Neste caso, o próprio telefone verifica a transação via
autenticação biométrica, como reconhecimento facial ou das digitais. Um exemplo
deste uso é o Face ID ou o Touch ID empregados nos iPhones na Apple e em alguns
iPads. Pode também haver validação através de um código PIN que é fisicamente
digitado. Vamos olhar o outro lado As transações com Cartão Não Presente (CNP) acontecem quando um terminal
de pagamento não é fisicamente utilizado, mas a informação do cartão foi
transferida remotamente. Os principais exemplos são as transações online,
e-commerce, compras em aplicativos em um telefone ou transação por e-mail, e
telefone (Mail Order/Telephone Order MOTO). Em cada um dos casos, um cartão
físico não está presente ou em uso para pagamento. Essas transações têm um
perfil de risco muito mais alto e altos índices de fraudes. Como o cartão exibe
visualmente todas as informações da conta, qualquer pessoa que tenha acesso a
um cartão físico pode fazer uma compra apenas digitando ou verbalizando a
informação remotamente. Para reduzir o perfil de risco algumas informações extra podem ser
requeridas: Valor de verificação do cartão (Card Verification Value ou CVV) - É um número adicional que, em teoria, prova que você tem o cartão em sua
posse. - É um número de três dígitos no verso, painel de assinaturas para cartões
Mastercard, Visa, Diners e Discover. - Para American Express, é um número de 4 dígitos na frente do cartão. Sistemas de Verificação de Endereço (Address
Verification Systems AVS) Detalhes adicionais coletados a respeito do endereço do portador do
cartão e localização. Esses detalhes são verificados com o banco emissor quando
uma transação é processada. Transações do tipo CNP não dispõem de tantas medidas de segurança quanto
as operações (CP). Contudo, com a explosão do eCommerce e dos pagamentos com
celular, as transações CNP se tornaram um grande segmento do ecossistema de
pagamentos. Consumidores gostam da conveniência que é fazer compras
rapidamente. Eles abraçaram a armazenagem de informações do cartão online
porque isto elimina a necessidade de apresentá-las sempre que uma transação for
feita. No entanto, com esta conveniência aparecem alguns desafios, como o
aumento do número de fraudes que exploram as vulnerabilidades das transações
CNP. É por esta razão que as taxas de MSF são mais altas em transações CNP. Tudo tem um papel a desempenhar CP versus CNP; esta não é uma competição porque às duas opções são parte
do ecossistema de pagamentos. CP tem um perfil de risco mais baixo já que o emissor do cartão sabe que
eles estão se comunicando diretamente com o cartão físico. Esse risco baixo se
traduz em uma baixa taxa de MSF. A indústria de autosserviço é um exemplo comum
de onde os terminais de pagamento estão presentes e os cartões são requeridos
fisicamente. Por outro lado, o e-commerce é onipresente para transações CNP. Com os
métodos de verificação limitados do CNP e o alto risco associado, essas
transações contam com as maiores taxas de MSF. No entanto, o e-commerce depende
de conveniência e velocidade. Pela sua presença móvel ou virtual, os
comerciantes aceitam uma taxa de processamento mais alta para permanecer
competitivos e reter a fatia de consumidores. A indústria de pagamentos reconhece o papel de cada uma das transações
no ecossistema de pagamentos e há melhorias contínuas acontecendo nesta área.
Segurança e conveniência são duas forças concorrentes atuando nos pagamentos e
a proliferação dos dispositivos móveis e online significam que a indústria
continuará desenvolvendo novos métodos e soluções para aprimorar a verificação
e reduzir fraude.
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